Apresentação

Sou Maria Ercília Pereira. Simplesmente... Procurando viver cada segundo de minha vida de forma entusiasmada, crendo no que faço, procurando dar o máximo de mim naquilo que executo - seja no trabalho, em casa (com os meus filhos), na comunidade ou nos espaços em que atuo.
Como professora de Filosofia e Ensino Religioso, Técnicas de Comunicação Pastoral (no curso de Teologia), atuante na equipe de formação desta paróquia e contribuindo com o crescimento de tantos leigos e leigas, acredito nas sementes que tenho lançado neste vasto campo da Educação... Posso dizer que sou entusiasmada por este espaço de anúncio do Reino. Como também pela "Comunicação", minha primeira formação profissional.
Anunciar e espalhar, de diversas formas, a Boa Nova do Reino é um grande desafio para a Igreja e para todos os cristãos e cristãs.
Façamos deste "blog" um espaço de anúncio, de evangelização e de comunhão... Possamos interagir, comunicar, partilhar, trocar informações, tecer juntos a "teia da vida".

Entre em contato conosco. Unamos nossas mãos nesta tarefa de "fazer ressoar a palavra" pelos Meios de Comunicação Social!
A Paz de Jesus! Shalom!

sábado, 25 de abril de 2009

Inverso do Relato da Criação




No princípio Deus criou o céu e a terra.
Depois de muitos milhões de anos, o homem criou coragem e resolveu assumir o comando do mundo e do futuro. Então começaram os sete últimos dias da história...

Na manhã do primeiro dia, o homem resolveu ser livre e belo, bom e feliz. Resolveu não ser mais à imagem de um Deus, mas ser simplesmente homem.
E como devia acreditar em alguma coisa, acreditou em liberdade e felicidade.
Acreditou em bolsa de valores e em progresso, em planejamento e desenvolvimento e, especialmente, em segurança. Sim, a segurança era a base.
Disparou satélites perscrutadores e preparou foguetes carregados de bombas atômicas. E foi a tarde e a manhã do primeiro dia...

No segundo dia dos últimos tempos, morreram os peixes dos rios poluídos pelos desejos industriais... Morreram os peixes do mar pelo vazamento dos grandes petroleiros e pelo depósito do fundo dos oceanos: os depósitos eram radioativos. Morreram os pássaros do céu impregnados de gases venenosos – inversão térmica. Morreram os animais que atravessaram as grandes auto-estradas, envenenadas pelas descargas plúmbeas do trânsito infernal.
Relação consigo mesmoMas morreram também os cachorrinhos de estimação pelo excesso de tinta que avermelharam as lingüiças. E foi a tarde e a manhã do segundo dia...

Relação com Deus
Relação com o outro...No terceiro dia, secaram o capim nos cerrados, a folhagem nas árvores, o musgo nos rochedos e as flores nos jardins. Porque o homem resolveu controlar as estações segundo um plano bem exato. Só que houve um pequeno erro no computador da chuva, e até que descobrissem o defeito, secaram-se os mananciais e os barcos que singravam os rios festivos encalharam nos leitos ressequidos. E foi a tarde e a manhã do terceiro dia...
Relação com o mundo, o universo...
No quarto dia, morreram 4 dos 5 bilhões de homens: uns contaminados por vírus cultivados em provetas eruditas, outros por esquecimento imperdoável de fechar os depósitos bacteriológicos, preparados para a guerra seguinte; outros ainda morreram de fome porque alguém não se lembrava mais onde escondera as chaves dos depósitos de cereais. E amaldiçoaram a Deus: se ele era bom, porque permitia tantos males? E foi a tarde e a manhã do quarto dia...

No quinto dia, os últimos homens resolveram acionar o botão vermelho, porque se sentiam ameaçados. O fogo envolveu o planeta, as montanhas fumegaram, os mares evaporaram. Nas cidades, os esqueletos de concreto armado ficaram sujos, lançando fumaça das órbitas abertas. E os anjos do céu assistiram espantados como o planeta azul tomou a cor do fogo, depois cobriu-se de um marrom sujo e, finalmente, ficou cor de cinza. Eles interromperam os seus cantos durante dez minutos. E foi a tarde e a manhã do quinto dia...

No sexto dia, apagou-se a luz: poeira e cinza encobriram o sol, a luz e as estrelas... E a última barata que tinha escapado num abrigo anti-atômico morreu pelo excesso de calor. E foi a tarde e a manhã do sexto dia...

No sétimo dia, havia sossego, até que enfim! A terra estava informe e vazia, as trevas cobriam o abismo e o espírito do homem, o fantasma -do homem pairava sobre o caos.
Mas no fundo do inferno comentava-se a história fascinante do homem que assumira o comando do mundo... e gargalhadas estrondosas ecoaram até ao coro dos anjos.

Um comentário:

  1. Parabéns a quem criou o texto. Muito reflexivo e diria profético. No início onde se fala que os homens queriam segurança lembrei que o Senhor diz na palavra que quando os homens disserem paz e segurança será o fim.. E só agora compreendi o porque.

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